Quando se fala em Alzheimer, a primeira coisa que vem à cabeça é a perda de memória que a doença causa. A patologia, já muito conhecida por conta do seu principal sintoma, foi descoberta no ano 1906, pelo psiquiatra e neuropatologista alemão Alois Alzheimer. Segue ainda sem cura e intriga a ciência com alguns mistérios ainda não desvendados.

O que é Alzheimer?

O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa causada pela morte de células cerebrais, e se apresenta, no geral, como demência. Segundo o Alzheimer’s Disease International (ADI), a demência é o nome dado ao conjunto de síndromes cerebrais que afetam a memória, o pensamento, e o comportamento. Dentro dessas síndromes, o Alzheimer é a mais comum delas, representando entre 60 e 70% dos casos.

Outras causas da demência incluem: doença vascular, demência com corpos de Lewy e demência temporal. Segundo a ADI, essas doenças atingem, em sua maioria, os idosos, causando dependência em grande parte dos casos. A instituição também ressalta que o distúrbio pode ocorrer independente de classe social ou econômica e étnica.

O que os estudos dizem

Em 2017, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou um estudo sobre a demência em que dizia que os números de pessoas com a doença podem triplicar até 2050. Hoje, contabiliza que cerca de 10 milhões de indivíduos no mundo desenvolvem o distúrbio a cada ano. A OMS ainda reforça que os desafios em torno da doença são grandes e que é necessário garantir que todos tenham o cuidado de que precisam.

Um dos projetos da OMS, desenvolvido em 2018, foi coletar dados de 21 países, em todos os níveis de renda, sobre: projetos de desenvolvimentos, projetos de conscientização e números de pessoas sob essa condição. E um dos alvos principais foi em relação aos exames de diagnósticos. A pesquisa indicou que apenas 14% dos países que relatam os dados podem indicar o número de pessoas diagnosticadas. Estudos anteriores sugerem que 90% dos pacientes desconhecem sua própria condição.

Como é feito o diagnóstico do Alzheimer?

O diagnóstico da doença de Alzheimer se dá por um conjunto de exames, entre eles, testes cognitivos, exames de imagem do sistema nervoso central e testes moleculares.

Maira Cicero Ferreira, Especialista de Produto do laboratório DB Molecular, explica que um dos fatores de riscos para o desenvolvimento da doença de Alzheimer é genético. O exame analisa os polimorfimos do gene apolipoproteína E (apoE). Esse gene é mapeado no braço longo do cromossomo 19 e codifica uma glicoproteína com 317 aminoácidos, cuja função é auxiliar o transporte de colesterol e fosfolípides no cérebro e ajudar na regeneração da membrana neuronal lesionada. Em humanos, existem três alelos principais do gene APOE, decorrentes de apenas duas alterações no DNA, chamados de e2, e3 e e4. A variante e4 do gene é a que apresenta o fator genético de risco mais comum para a doença de Alzheimer.

Contudo, a especialista deixa claro que o desenvolvimento da doença também pode ter outras causas. “A doença de Alzheimer, pelo que os estudos demonstram, tem causa multifatorial, dependendo não apenas da genética, mas também do estilo de vida e da idade da pessoa. Além disso, há hipóteses de que diversos genes agem em conjunto com fatores de risco, para desencadear o surgimento da doença,” explica Maira.

Ou seja, um teste molecular, com o resultado positivo não significa que a pessoa, obrigatoriamente, desenvolverá a doença. Mas que ela apresentaum risco maior, sendo necessário manter um estilo de vida mais saudável.

Maira ainda fala sobre o fator hereditário: “Nem tudo que é genético, é hereditário. Mas existe sim uma forma rara da doença de Alzheimer que é transmitida de geração em geração, chamada de ‘Doença de Alzheimer Familiar’. Acontece quando um de seus progenitores tem a mutação genética, cada filho terá 50% de probabilidade de herdá-la,” esclarece.

Alzheimer tem cura?

Apesar de a doença ainda não ter cura e ser progressiva, o tratamento precoce consegue fornecer qualidade de vida aos pacientes. Melhora a saúde tanto dos acometidos pela doença como de seus familiares. Por isso, ressalte-se a importância de um diagnóstico preciso o quanto antes.

Esforços estão sendo realizados por toda a comunidade científica ao redor do mundo. Algumas pesquisas parecem promissoras quanto a medicamentos preventivos e que auxiliem na regressão da doença, mas ainda estão em fase de testes e estudos.

Fonte e texto: dbmolecular.com.br.