Dados da Organização Mundial de Saúde apontam que 16 milhões de brasileiros sofrem de diabetes, e estudo do Ministério da Saúde mostra que esta doença cresceu 54% nos últimos 11 anos. Por se tratar de uma doença progressiva, com vários estágios, e impacto em órgãos vitais, é importante o diagnóstico precoce e do controle glicêmico para a prevenção de complicações

Pré-diabetes é a situação intermediária do diabetes. A doença é silenciosa e, e não for descoberta logo, pode provocar graves problemas de saúde. Quem tem mais de 45 anos, é sedentário, está acima do peso e tem algum parente de primeiro grau diabético, deve ficar atento.

Segundo a ADJ Diabetes Brasil, todos os tipos de diabetes têm sintomas semelhantes, que são consequência do excesso de glicose no sangue. Esse acúmulo acontece porque o organismo não consegue enviar a glicose até as células, para que produzam a energia necessária para executar as suas funções

Para conviver de forma saudável com a doença, siga as orientações do seu médico, tome corretamente a medicação prescrita, tenha uma alimentação saudável e pratique exercícios físicos regularmente, sempre com orientação profissional.

Diabetes tipo 1

No diabetes tipo 1, também conhecido como diabetes juvenil, o pâncreas não consegue produzir insulina para levar o açúcar até as células, para que possam desempenhar suas funções. Pessoas com diabetes tipo 1, começam a perder peso sem outro motivo aparente,  sentem muita sede e fome e urinam várias vezes ao dia.

Diabetes tipo 2

Nas pessoas com diabetes tipo 2, o pâncreas diminui a produção e/ou a capacidade de ação da insulina. Pode ocorrer em qualquer idade, mas é geralmente diagnosticado após os 40 anos. Principalmente em função do sobrepeso e estilo de vida a cada dia cresce o número de adolescente e jovens com esse tipo de diabetes.

Diabetes gestacional

Afeta cerca de 10% das mulheres durante a gravidez. Na maioria dos casos, os índices de açúcar voltam ao normal após o nascimento do bebê. Bebês de mulheres que tiveram diabetes durante a gravidez costumam nascer com excesso de peso, o que aumenta as dificuldades no parto e exigem maior atenção aos bebês.

Diabetes Lada

Menos conhecido, o diabetes tipo Lada (diabetes latente autoimune do adulto) atinge 2% da população e ocorre geralmente em adultos. Esse tipo de diabetes se caracteriza por uma agressão ao sistema imunológico que destrói as células Beta, responsáveis pela produção de insulina em nosso corpo.

Diabetes Mody (Maturity-Onset Diabetes of the Young)

É considerado o único de origem genética, mas gera sintomas semelhantes aos observados em outros tipos de diabetes. O diabetes tipo MODY é um subtipo da diabetes Mellitus, caracterizado por manifestação precoce (em geral abaixo dos 25 anos de idade) e com transmissão autossômica dominante (determinada em pelo menos três gerações). Corresponde a um defeito primário na secreção da insulina, associada a disfunção na célula β pancreática. É geralmente tratado como se fosse diabetes tipo 1 ou tipo 2. No diabetes Mody, a produção ou a eficiência da insulina no corpo é prejudicada em função de mutações genéticas, que são transmitidas de pais para os filhos. Se apenas um dos pais possuir essa mutação, há 50% de chances de o filho apresentar essa mutação ao nascer e 95% de desenvolver diabetes.

Órgãos que podem ser afetados

Coração e cérebro

O diabetes altera a capacidade do organismo de processar as gorduras, levando à formação de placas nos vasos sanguíneos, também conhecida como aterosclerose. Com o entupimento das coronárias, artérias que irrigam o coração, ou das artérias cerebrais, que levam sangue até o cérebro, aumentam bastante as chances de um infarto ou de um acidente vascular cerebral.

Olhos

A doença também leva ao estreitamento progressivo das paredes dos vasos sanguíneos dos olhos, podendo até bloquear a passagem do sangue até a retina, onde são formadas as imagens. Com o enfraquecimento desses vasos, aumentam as chances de hemorragias. Conhecida como retinopatia diabética, pode levar à perda parcial ou total da visão.

Rins

A glicose reage com as proteínas do nosso corpo. Se os níveis de açúcar no sangue permanecem elevados, essas proteínas vão se acumulando nos vasos sanguíneos dos rins e aumentando a porosidade dos néfrons (estrutura do rim responsável por filtrar o sangue), que deixam escapar proteínas importantes pela urina. Esse processo, no início, chama-se microalbuminúria, que pode evoluir para uma doença renal crônica. Com a exposição prolongada a altos níveis de açúcar e a combinação de outras condições como a hipertensão, os rins vão perdendo a capacidade de filtrar o sangue e de eliminar outros resíduos produzidos pelo organismo como a ureia e creatinina.

Sistema nervoso

Os nervos periféricos também são afetados pelo diabetes. No começo, há uma sensação de adormecimento e formigamento nas mãos e nos pés. Nos casos mais graves, a pessoa perde a sensibilidade e a capacidade de sentir dor, o que exige mais atenção em ferimentos.

Função sexual

Pessoas com diabetes mal controlado podem apresentar algum tipo de disfunção sexual, independentemente da idade. Nos homens, pode ocorrer disfunção erétil e, nas mulheres, as queixas de falta de lubrificação vaginal costumam ser frequentes. Controlar bem a glicemia é o primeiro passo para tratar essas disfunções.

O que a vitamina B12 tem a ver com o diabetes?

Um assunto pouco falado entre pessoas com diabetes e mesmo no consultório do endocrinologista é a deficiência de vitamina B12.

Esse é um nutriente fundamental para a formação dos glóbulos vermelhos o sangue e necessário para o bom funcionamento dos nervos e do cérebro. Sua carência está associada, portanto, a anemia, neuropatia (doença que acomete os nervos do corpo) e até demência.

As principais fontes de vitamina B12 na dieta são leite, ovos, fígado, carne de porco, atum, salmão e truta. Porém, para ser absorvida lá no intestino, ela precisa se ligar a uma proteína produzida pelo estômago.

A carência dessa vitamina é muito mais comum em pessoas com diabetes tipo 1 e também com diabetes tipo 2, mas por mecanismos diferentes.

Pessoas com diabetes tipo 1 têm um risco cinco vezes maior de ter deficiência de vitamina B12. Isso se deve ao fato de que o sistema imunológico delas chega a destruir as células do estômago que produzem a tal da proteína que se liga ao nutriente e permite sua posterior absorção. Como eu disse, sem a proteína, a vitamina não é aproveitada pelo organismo direito.

Quem tem diabetes tipo 1 apresenta uma maior probabilidade de ter Doença Celíaca — condição inflamatória e autoimune que se agrava com a ingestão de glúten. A associação da doença celíaca com o diabetes, por sua vez, aumenta a propensão à deficiência da vitamina B12.

No caso do diabetes tipo 2, o problema isoladamente não eleva o risco de faltar B12 no organismo. A questão está na metformina, medicamento usado para tratar a resistência à insulina e controlar os níveis de glicose no sangue. O remédio em questão tem mais de 60 anos de história e prescrito a praticamente toda pessoa com diabetes tipo 2. Entre seus efeitos colaterais, ele está ligado a uma diminuição na absorção intestinal de vitamina B12. Mas alertamos que isso não é motivo para largar o tratamento, mas sim um fato que requer mais atenção nos níveis de vitamina B12.

Tanto quem tem diabetes tipo 1 como indivíduos com o tipo 2 devem ter seus níveis de vitamina B12 avaliados periodicamente. Deficiências podem ser corrigidas com mudanças na dieta e suplementação a critério médico.

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